Author: Luke Sholl
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Com mais de uma década de experiência escrevendo sobre CBD e canabinoides, Luke é um jornalista consagrado e escritor-chefe para a Cibdol e outras publicações sobre canabinoides. Comprometido com os fatos, sua fascinação pelo CBD também engloba fitness, nutrição e prevenção de doenças.
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O que é o CBCA?

O que é o CBCA?

O CBCA funciona como um químico precursor do CBC, um dos mais de 100 canabinoides presentes na planta canábis. Há pouca investigação que tenha explorado o potencial integral do CBCA, ainda assim, a molécula apresenta um futuro promissor na ciência dos canabinoides, muito à semelhança dos outros membros desta vasta e complexa família química.

Resumo sobre o CBCA

Mais especificamente categorizado como um ácido canabinoide, o CBCA (ácido canabicromeno) representa um passo na via da biossíntese de moléculas precursoras para canabinoides "ativados". O que faz com que um ácido canabinoide seja diferente de um canabinoide? O primeiro apresenta um grupo carboxilo adicional que lhe permite exercer efeitos diferentes no corpo.

Tal como a maioria dos canabinoides criados através de reações enzimáticas, o CBCA deriva do "canabinoide progenitor" CBGA. Uma enzima especializada, conhecida como síntese do ácido canabicromeno (CBCAS) catalisa uma reação que transforma o CBGA em CBCA. O ácido canabinoide atua então como um precursor de dois outros canabinoides.

A remoção do dióxido de carbono através da exposição ao calor — descarboxilação — converte o CBCA no canabinoide CBC. A exposição aos raios UV, por sua vez, transforma o CBCA no ácido canabiciclólico (CBLA). Ambos estes produtos finais podem depois converter-se em canabiciclol[1] (CBL) através de processos similares.

Embora o CBC apareça na segunda linha desta reação, os investigadores identificaram este canabinoide pela primeira vez em 1966, dois anos antes do isolamento químico do CBCA. O CBC surge como um dos quatro fitocanabinoides principais, juntamente com o THC, CBD e CBG. No entanto, estes três homólogos são produzidos em quantidades variáveis nos tricomas das flores de canábis.

Curiosamente, o CBC começa a formar-se nas plantas de canábis antes mesmo do início da fase de floração. O CBC aparece em níveis máximos pouco depois da fase de plântula, o que significa que a conversão enzimática do CBCA em CBC ocorre muito precocemente no ciclo de cultivo. Mesmo durante o pico da produção, os níveis de CBC raramente excedem os 0,2–0,3% em termos de peso seco[2] na maioria das estirpes.

Os compostos parecidos com o CBC ocorrem noutras plantas do reino vegetal. Foram identificadas moléculas com uma estrutura molecular muito aproximada ao canabinoide nas espécies de plantas tradicionais chinesas[3]Rhododendron anthopogonoides.

O que é o CBCA?

Efeitos secundários

Os investigadores não despenderam muito tempo à procura dos efeitos secundários do CBCA, muito provavelmente devido às suas baixas concentrações nos cultivares de canábis e também devido às restrições nas investigações em torno da planta. Contudo, investiram algum tempo e esforço a examinar as propriedades do CBC.

Não há nenhum dado atualmente que demonstre que o CBC produza quaisquer efeitos secundários dignos de nota. Todavia, temos de aguardar por estudos futuros para determinarmos se o mesmo se aplica ao CBCA.

Investigação e possíveis usos do CBCA

Os investigadores investigaram vários membros da família canabinoide relativamente ao seu potencial em humanos. O CBCA ainda não recebeu muita atenção, mas estamos certos que isto vai mudar — particularmente após as descobertas encorajadoras relativamente aos ácidos canabinoides CBDA e THCA.

Até agora, só podemos observar o CBC para termos uma ideia das qualidades que o CBCA poderá apresentar. A investigação inicial sugere que o canabinoide pode exercer algumas propriedades úteis.

O CBC pode produzir estes efeitos[4] ao atuar no recetor CB2 do sistema endocanabinoide e ao interagir com os canais TRP. O CBC tem uma afinidade de ligação fraca com o recetor CB1, significando que não produz quaisquer efeitos secundários psicoativos. O CBCA partilha provavelmente esta característica não-psicoativa.

Estatuto legal

A maioria da legislação sobre as drogas nem sequer toca no CBCA. Não há quaisquer produtos comerciais isolados ou estirpes ricas em CBC atualmente no mercado. No entanto, a legalidade do CBCA flutuará provavelmente no futuro tendo em consideração a legalidade da canábis e do cânhamo. A Convenção das Nações Unidas sobre Substâncias Psicotrópicas — um tratado internacional para controlar determinadas substâncias — não faz qualquer menção do CBCA.

Fontes

[1] Degenhardt, F., Stehle, F., & Kayser, O. (2017). The Biosynthesis of Cannabinoids. Handbook of Cannabis and Related Pathologies, 13–23. https://doi.org/10.1016/b978-0-12-800756-3.00002-8 [Fonte]

[2] Pollastro, F., Caprioglio, D., del Prete, D., Rogati, F., Minassi, A., Taglialatela-Scafati, O., Munoz, E., & Appendino, G. (2018). Cannabichromene. Natural Product Communications, 13(9), 1934578X1801300. https://doi.org/10.1177/1934578x1801300922 [Fonte]

[3] Iwata, N., & Kitanaka, S. (2011). New Cannabinoid-Like Chromane and Chromene Derivatives from Rhododendron anthopogonoides. Chemical and Pharmaceutical Bulletin, 59(11), 1409–1412. https://doi.org/10.1248/cpb.59.1409 [Fonte]

[4] Russo, E. B., & Marcu, J. (2017). Cannabis Pharmacology: The Usual Suspects and a Few Promising Leads. Cannabinoid Pharmacology, 67–134. https://doi.org/10.1016/bs.apha.2017.03.004 [Fonte]

Fontes

[1] Degenhardt, F., Stehle, F., & Kayser, O. (2017). The Biosynthesis of Cannabinoids. Handbook of Cannabis and Related Pathologies, 13–23. https://doi.org/10.1016/b978-0-12-800756-3.00002-8 [Fonte]

[2] Pollastro, F., Caprioglio, D., del Prete, D., Rogati, F., Minassi, A., Taglialatela-Scafati, O., Munoz, E., & Appendino, G. (2018). Cannabichromene. Natural Product Communications, 13(9), 1934578X1801300. https://doi.org/10.1177/1934578x1801300922 [Fonte]

[3] Iwata, N., & Kitanaka, S. (2011). New Cannabinoid-Like Chromane and Chromene Derivatives from Rhododendron anthopogonoides. Chemical and Pharmaceutical Bulletin, 59(11), 1409–1412. https://doi.org/10.1248/cpb.59.1409 [Fonte]

[4] Russo, E. B., & Marcu, J. (2017). Cannabis Pharmacology: The Usual Suspects and a Few Promising Leads. Cannabinoid Pharmacology, 67–134. https://doi.org/10.1016/bs.apha.2017.03.004 [Fonte]

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